A necessidade de usar a inteligência artificial (IA) com ética e responsabilidade, especialmente no sector bancário, foi o principal alerta deixado pelo secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Otoniel dos Santos, esta quarta-feira, na III edição da Angola Banking Conference, promovida pela revista Economia & Mercado, em Luanda.
Durante a conferência, que contou com a participação do Fundo de Garantia de Crédito (FGC), o Secretário de Estado sublinhou que o debate já não passa por saber se a IA será adoptada, mas como será integrada de forma justa e com impacto positivo, daí defender que a tecnologia deve servir para promover a inclusão financeira com escala e não aprofundar desigualdades.
Num ano em que a banca angolana registou um crescimento acentuado, com 82% de rentabilidade dos seus lucros em 2024, Otoniel dos Santos, que falava no evento subordinado ao tema “O papel da IA no futuro da banca”, sublinhou que a inteligência artificial deve ajudar o sector bancário a atingir o que ainda não conseguiu plenamente: bancarizar com justiça e criar valor social.
O Secretário de Estado propôs além disso, que “a banca saiba fazer uma transição tecnológica responsável, sem desumanização nem exclusão dos trabalhadores”, ressaltou na conferência em que o Fundo teve presença de destaques.
Como expositor institucional, o Fundo reafirmou o seu papel estratégico no apoio ao financiamento produtivo e na estabilização do sistema financeiro angolano, principalmente por meio das linhas GAP (Garantias de Apoio à Produção), LAPS (Linha de Apoio a Projetos Sustentáveis), Diversifica Mais e LASMC (Linha de Apoio às Sociedades de Micro-crédito).
Em representação do FGC, esteve o Assessor do Conselho de Administração Miguel dos Santos, os Directores Comercial, Márcia José, Gestão de Garantias, William Veiga, e de Acompanhamento de Projectos, Celso Carvalho, além de técnicos de diversas unidades orgânicas.
O tema “O papel da IA no futuro da banca” foi desenvolvido por Nuno Melo Loureiro e Fernando Vasconcelos, ambos da PwC, seguido de um painel de debate animado gestores bancários do BPC, BFA, Atlântico, BAI, Standard Bank e BCS.
A actividade foi encerrado pelo Governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, que reforçou os desafios da supervisão num ambiente de transformação digital profunda, e destacou a necessidade de conjugar inovação com transparência e segurança.