A fábrica Yokimbo produz entre 4 e 5 mil toneladas de farinha de milho por mês, quantidade que representa 80 por cento da produção total da unidade industrial.
Délcio de Jesus Gaspar acompanhou a visita que um grupo de jornalistas de vários órgãos de comunicação social efectuou (até ontem) à província de Benguela para constatar o funcionamento de projectos industriais que beneficiaram de cobertura do Fundo de Garantia de Crédito (FGC).
Segundo Délcio Gaspar, a par da produção da farinha de milho, produzem, igualmente, por mês, 70 toneladas de crits (usado nas cervejarias) e outras 20 toneladas de farelo (usado para ração animal), que corresponde 35 por cento da produção dos dois subprodutos.
O director Administrativo e Financeiro afirmou que o projecto da Yokimbo, afecto ao grupo empresarial Afonso & Irmãos Industrial, foi financiado com seis mil milhões de kwanzas, sob garantia de financiamento de 65 por cento do Fundo de Garantia de Crédito (FGC).
“Este projecto estava estimado para um financiamento que rondava entre oito e dez milhões de dólares, mas fomos contemplados com seis mil milhões de kwanzas. O Fundo de Garantia de Crédito concede garantias a várias iniciativas industriais e de outros sectores em todo o país e o nosso foi mais um dos beneficiários. A participação do FGC em vários projectos do grupo empresarial Afonso & Irmãos Industrial ronda entre 65 e 75 por cento”, indicou.
Fomento do crescimento
A intervenção do FGC na concessão de garantias de crédito tem estado a contribuir para a concretização de financiamentos a vários projectos, o que tem fomentado o emprego e a melhorar o bem-estar social dos angolanos, seja por via do aumento da oferta interna de bens e serviços, seja pela criação de mais postos de trabalho e a consequente renda das famílias.
Segundo Délcio Gaspar, graças ao contributo do Fundo de Garantia de Crédito, a produção da farinha de milho da Yokimbo aumentou e já é consumida em todo o território nacional, factor contributivo no crescimento económico do país, no quadro da política de diversificação da economia nacional.
A unidade industrial, de acordo com o respectivo gestor, produz, essencialmente, fuba amarela, por ser o principal produto consumido em certas zonas do país. Referiu que a matéria-prima, caso do milho, é importada a partir da Argentina, África do Sul e Ucrânia, sendo que uma outra parte é adquirida, a partir dos camponeses e das fazendas locais ou mesmo de outros pontos do país.
“Levamos o nosso produto em todas as zonas do país e trabalhamos com grandes distribuidores, que são os principais responsáveis pela distribuição do produto, direccionado mais para a província de Luanda”, disse.
Exportação
A exportação da farinha de milho é uma das estratégias que a unidade fabril tem já em carteira, como avançou Délcio Gaspar.
“De forma indirecta, os nossos produtos são exportados pelos nossos clientes, mas, de momento, ainda não estamos a exportar. Estamos a trabalhar num plano para que nos próximos tempos, possamos iniciar com as exportações. Temos noção e sabemos que os nossos produtos já chegam à RDC e Namíbia. Pensamos que com o Corredor do Lobito tudo ficará mais fácil, o que irá permitir-nos atingir a zona Leste do país”, destacou.
Afirmou, por outro lado, que o valor do financiamento do projecto da fábrica da farinha de milho, adquirido no quadro do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), foi reembolsado na totalidade, em 2022.
"Se não tivéssemos o FGC como avalista, seria impossível concretizarmos este projecto. O impacto da participação do FGC nesses projectos é maior, e está a ajudar o Governo a industrializar o país. Temos projectos e temos ideias. Todavia, o Fundo de Garantia de Crédito entra para dar a verdadeira força, e é o que tem acontecido com vários projectos em curso no país”, disse.
O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) pretende, além de fiscalizar a execução de projectos, incentivar a actividade empresarial privada.
Mais emprego para os jovens
O projecto tem estado a empregar muitos jovens da província de Benguela e de outros pontos do país, principalmente Malanje, onde a unidade industrial rubricou um protocolo com a Universidade Técnica e Agroalimentar, para programas de estágio dos estudantes. Anualmente, a Universidade de Malanje envia estudantes para estagiarem na fábrica de farinha de milho. Desses estudantes, alguns acabam por ser admitidos ao quadro de pessoal em serviço efectivo.
O jovem José Manuel Domingos, 32 anos, é exemplo disso. Trabalha há quatro anos na Fábrica Yokimbo, na Área de Produção. Hoje, é subchefe de turno e coordenador de Máquinas.
"Este é o meu primeiro emprego e a experiência tem sido excelente. Durante esses quatro anos, consegui exercer a função de coordenador de Máquinas. Como a ideia é sempre melhorar, estamos em busca de melhoria, capacitação e estou a caminhar bem”, disse.
Pai de uma filha, José Domingos disse que com o que ganha na unidade industrial consegue alimentar a mulher e a filha. Domingos apelou, por isso, aos jovens a ocuparem-se e formarem-se numa área profissional, como forma de contribuírem para o desenvolvimento e crescimento de Angola.
"Vemos na rua muitos jovens a praticarem acções ilícitas, o que tem sido triste para a sociedade angolana. Devemos garantir uma formação sólida, porque a bênção é quando a oportunidade te encontra preparado”, referiu.
Já o electricista Germano, 39 anos, disse que trabalhar na fábrica de milho tem sido uma experiência positiva. Destacou que o relacionamento entre colegas é excelente e que todos são uma família.
"Este emprego é um dos melhores que já tive na minha vida, em termos de crescimento profissional. Aliás, o que ganho aqui dá para ajudar a família”, disse, reforçando que a iniciativa do fundo em conceder garantias para o fomento de vários projectos está a estimular os empresários da região a apostarem em projectos industriais, que contribuem para a geração de emprego no seio dos jovens.
O grupo empresarial Afonso & Irmãos Industrial existe desde 1950, no Dombe Grande. Em 1970, surge o projecto industrial Moageira de Benguela. Em 2014, com as oportunidades de fomento