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Fábrica de Bolachas Ki Bom quer conquistar mercados da região

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Fábrica de Bolachas Ki Bom quer conquistar mercados da região

Fábrica de Bolachas Ki Bom quer conquistar mercados da região

O aumento da produção tem a ver com a procura pelos produtos "Ki Bom”, uma vez que todas as bolachas tiveram boa aceitação no mercado. O director da fábrica explicou que a estratégia de começar com a linha de bolachas de glucose resultou, e, por isso, "temos em perspectiva de, pelo menos, até Fevereiro do próximo ano, abrir mais uma linha, que vai permitir alimentar mais de 300 famílias, e, até ao final de 2023, chegar a 1200 trabalhadores”.

Srinivas Krovi, que prestou a informação, ontem, em entrevista exclusiva ao Jornal de Angola, partilhou que a Fábrica de Bolachas Popular está a preparar-se para entrar, nos próximos tempos, através de linhas de exportação para Kinshasa (RDC) e Brazzaville (Congo), nos mercados regionais. "Após consolidarmos a nossa posição nesses mercados, vamos exportar os nossos produtos para países fora de África”, frisou.

A entrada em novos mercados, disse, representa um desafio para a fábrica, algo que "nos obriga a tornar robusta a linha de produção”. "Vamos lançar, em breve, a linha de bolachas de letras, para atender a época natalícia”, partilhou o director Srinivas Krovi.

A Fábrica de Bolachas Popular é assegurada, neste momento, por 420 trabalhadores, e movimenta, por mês, um capital acentuado. Situada no quilómetro 40, município de Icolo e Bengo, Luanda, a fábrica, que iniciou a actividade, há mais de dois anos, cobre, actualmente, cerca de 20 por cento do consumo nacional.

Com uma produção de 900 toneladas por mês, a fábrica tem linhas de bolachas salgadas e doces. A Ki Bom glucose, (em pacotes de 50 Gr) e a Ki Bom de baunilha, chocolate e morango, dão sustentação às vendas. A qualidade dos biscoitos e a satisfação dos clientes são os principais objectivos da Fábrica de Bolachas Popular.

O director sublinhou, a propósito, que "as pessoas são o fim da nossa empresa". "A família Ki Bom" é formada por gente que valoriza e respeita a desenvoltura de cada funcionário”, faz questão de realçar Srinivas Krovi, esclarecendo: "Eu podia comprar máquinas que facilitam o processo automático de produção das nossas bolachas, mas preferimos agregar dedicação, carinho e amor ao produto, coisa que só se consegue pelo contacto humano”.

Lúcia Manuel, mãe de duas filhas, confirma que a Fábrica de Bolachas Popular tem uma forma especial de tratar os trabalhadores. Há oito meses no grupo, Lúcia classifica o ambiente de trabalho "bastante acolhedor”, pois, fez questão de dizer, facilita o crescimento pessoal e profissional. "Apesar do empenho profissional, tenho tempo para estudar”, frisou, sublinhando que este aspecto é muito importante para "uma mulher como eu, que sou mãe”.


Trabalhadores empenhados

Agostinho Carlos é responsável pela área de Recursos Humanos da Fábrica de Bolachas Popular. "Já estou na empresa há dez anos, antes mesmo da criação da fábrica. Cuido da integração e operacionalização dos funcionários, um grupo constituído por jovens de 18 a 27 anos, dos quais 200 são mulheres e 198 homens”, realça, deixando transparecer alegria e satisfação. Ele confirma que a empresa cumpre com todos os direitos dos trabalhadores como remunerações atempadas, subsídio de férias e outras regalias, inclusive transporte.

Conta que abraçou o projecto com toda a "garra”, porque "é daqui que dou uma vida mais digna à minha família”. Agostinho Carlos sublinha que o segredo do sucesso na empresa vem da forma como as pessoas são tratadas, sem qualquer discriminação, envolvendo todos com o espírito de equipa. "Somos uma família, que, apesar das dificuldades, próprias do ambiente laboral, lida com a situação de forma aberta, contando com todos para superar os obstáculos”, disse.


Maior concorrência é o importador

O director da Fábrica de Bolachas Popular afirma que a maior concorrência é a importação. Assim, a empresa, que nasceu de um investimento pensado, inicialmente, para reduzir as importações está a esforçar-se para cobrir o mercado nacional, e diminuir o espaço de entrada de produtos provenientes de outras latitudes.

Antes de montar o negócio de produção de bolachas no país, o grupo dedicava-se à importação. Mais tarde, conta, Srinivas Krovi viu a oportunidade de investir numa linha de produção local. "Daí, nasceu o projecto”.

O empresário afirma que a qualidade do seu produto lhe garante a confiança para concorrer com 16 fábricas existentes no país. Porém, o seu maior concorrente, confessa, é o "importador".

"A nossa concorrência é no preço. A produção em Angola ainda é muito cara. Já temos alguma farinha nacional, e a maior parte das embalagens também já encontramos no mercado nacional, mas, mesmo assim, ainda são praticados preços altos, em relação ao mercado internacional", disse, o director Srinivas Krovi.


Ambiente acolhedor

A fábrica valoriza o meio em que está localizada, afirmou o director Srinivas Krovi. Facilmente, o visitante se apercebe disso, a partir do momento que se aproxima das instalações. Logo à entrada, um jardim separa o parque de estacionamento e a administração. "É um aspecto muito importante, não, por uma questão de estética, mas, também, pela qualidade de vida dos trabalhadores e das pessoas que vivem à volta da fábrica. Aliás, queremos acompanhar as acções desenvolvidas pelo Governo Provincial de Luanda a favor do ambiente”, frisou. 

Acrescentou, a propósito, que isto obriga a que sejam criadas condições de acomodação e conforto para os visitantes e trabalhadores. O director da fábrica realça que, em atenção à permanência dos colaboradores na empresa, principalmente no tocante à alimentação, foi erguido um refeitório, reservatórios de água e de gás, seguindo as orientações técnicas.

"Estamos a fazer de tudo, até agora, para assegurarmos o valor humano, em todas as dimensões”, disse. Para Srinivas Krovi, este conforto, por mais simples que possa parecer, "representa muito para o grupo e os seus colaboradores”.

Durante o tempo que passamos na fábrica, o director foi o nosso cicerone, qual guia turístico, incansável, andou e mostrou as áreas, ao mesmo tempo que falava das ambições de tornar a Fábrica de Bolachas Popular robusta e "dona” do mercado nacional.

Por isso, disse, tudo foi pensado ao pormenor, aliás está bem visível na higiene dos espaços mais recolhidos visitados por "nós”. A área de produção, que deixa escapar o cheiro apetecível das bolachas, reforça a preparação da empresa em lidar da melhor forma com isso, ou seja, em cuidar do ambiente.

Os equipamentos, da engrenagem na fornalha, a funcionar num ambiente arejado, dão o ar da sua graça nas linhas de produção em aço inox de "qualidade de ponta". Na verdade, evidenciam o processo de preparação e produção das bolachas. Funcionários especializados controlam passo a passo as operações.

"Criamos todas as condições técnicas, dentro das normas legais e dos procedimentos químicos. Portanto, tudo é feito com base num controlo de alta qualidade, nada pode escalar, afinal as nossas bolachas alimentam famílias”, afirmou o director Srinivas Krovi.

"É muito importante manter o cuidado nas linhas de produção”, frisou, adiantando que a Fábrica de Bolachas Popular tem em conta a lei e os procedimentos técnicos. "Mantemos uma relação com o mercado com base na Lei da Concorrência, por isso as nossas portas estão abertas para todos os interessados em saber com que rigor tratamos dos processos de produção”, disse. 

Estamos, agora, na zona final da produção, onde é feito o empacotamento das bolachas, atira o cicerone. Aqui, as mulheres comandam as actividades. "É nessa área onde há mais mulheres a trabalhar, a tratar do empacotamento e transporte das caixas de bolachas, trabalho que exige menos esforço”, explica.

Refere, a propósito, que os homens estão mais na área de mistura das massas e outros ingredientes para a máquina, dando início ao processo de produção. A seguir, está a área chave da empresa. "Nesta zona, tem lugar as actividades do nosso sucesso, onde asseguramos que os produtos cheguem aos clientes com a qualidade desejada”, frisou. Os trabalhadores, de forma harmoniosa, cuidam dos produtos, retirando aqueles que apresentam defeitos, aclarou o director, afirmando que "nada escapa”.

Este processo, precisou, é assistido por laboratório, para testes de controlo, que vão desde os procedimentos químicos até aos de degustação. Os testes envolvem, ainda, o alinhamento por especialidade, finalizando com o armazenamento e distribuição.

Tema: Economia
Data: 23 de Novembro 2022