O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) vai reforçar o seu contributo no crescimento das micro, pequenas e médias empresas, que saíram, recentemente, da informalidade, anunciou, em Luanda, Miguel dos Santos, assessor do Conselho de Administração.
O assessor esclareceu que o FGC está a trabalhar com o Banco Mundial, no sentido de se dar grande enfoque para as empresas criadas por mulheres e jovens, com vista a contribuir no processo de formalização do negócio, uma operação que conta, ainda, com a parceria do INAPEM.
“A ideia é fomentar a inclusão financeira, com foco nas mulheres e jovens empreendedores”, explicou Miguel dos Santos, que falava durante o I Fórum de Garantia e Crédito, organizado, na passada quinta-feira, pelo FGC, no Museu da Moeda.
O responsável referiu que a pretensão do Fundo é alargar e acelerar o volume de garantias, com vista a atingir uma maior dinamização da actividade empresarial e promover a geração de cerca de 25 mil postos de trabalho em cinco anos.
Miguel dos Santos destacou que os projectos em referência estão enquadrados no Plano de Aceleração e Fomento das Garantias de Crédito, já apresentado a alguns bancos com os quais o FGC assinou acordos, estando estas instituições financeiras em condições de começar a operacionalizar nesta nova linha.
“Queremos fomentar a produção nacional, alavancar o volume de negócio das instituições, com grande enfoque nas micro, pequenas e médias empresas, cooperativas e famílias rurais, bem como aumentar a inclusão financeira”, disse.
Com isso, segundo o assessor, o Fundo emitiu, até agora, 806 garantias para as micro, pequenas e médias empresas.
“A visão do FGC é que o foco esteja agora direccionado as micro, cooperativas e às famílias”, realçou.
Nesta linha, explicou, está definida que os financiamentos máximos para cada empresa podem ser o equivalente até aos cinco milhões de dólares e a garantia pública vai até aos 80 por cento do valor do capital.
No painel do fórum sobre “A Importância das Sociedades de Garantias para o Sistema Financeiro”, Miguel dos Santos avançou que uma das grandes novidades da linha de Apoio aos Pequenos Negócios é a aprovação automática das garantias para financiamentos até 200 milhões de kwanzas. “Isto significa que basta a aprovação do banco, fica implícita a garantia do FGC”, esclareceu.
Quanto aos prazos das operações, o assessor realçou que estes podem ir até aos dez anos e o período de carência vai depender da análise de risco de cada operação.
“As prestações de capital devem ser mensais ou trimestrais e os juros são conforme o programa do Governo. Aliás, por exemplo, os financiamentos estão a ser feitos ao abrigo do Aviso nº10 do BNA, com uma taxa de 7,5%”, disse Miguel dos Santos.
Para essa linha, os financiamentos até dez milhões de kwanzas, podem ter aprovação dos bancos, com a garantia automática e a cobertura do FGC de até 80% do risco. Deste valor até aos 50 milhões, tem aprovação automática e cobertura de 75% do Fundo.
Quando o financiamento for de 50 milhões de kwanzas até 120 milhões de Kwanzas (aprovação automática), a cobertura de risco é de 70%. De 120 milhões de kwanzas até 150 milhões, a garantia chega aos 65%, enquanto deste último valor até aos 200 milhões, tem 50% da garantia do Fundo.