O Fundo de Garantia De Crédito e a Câmara de Comércio e Indústria Angola/ Emirados Árabes Unidos manifestaram hoje, 19, em reunião, realizada em Luanda, total interesse em cooperar em matérias de investimento e produção local.
A delegação do FGC, liderada pelo administrador para área de Negócios, Eduardo Mohamed, apresentou o papel da instituição, as linhas de garantias e os sectores elegíveis para aceder ao financiamento da banca comercial.
Na sua explanação, o Administrador para área de Negócios, Eduardo Mohamed, disse que a relação com os empresários dos Emirados deve cingir-se na transferência de tecnologia para o sector primário da economia, que está a merecer particular atenção por parte do Executivo angolano.
Ao apresentar as linhas de garantias operacionalizadas do FGC, o administrador reiterou que, nesta altura, a aposta da instituição é conceder garantias as micro e pequenas empresas, por serem responsáveis da maioria dos produtos que chega à mesa dos consumidores.
Eduardo Mohamed indicou haver interesse do FGC em criar parceria com a congênere dos Emirados para o reforço da produção local.
Por seu turno, o administrador Executivo da Câmara de Comércio e Indústria Angola/Emirados Árabes Unidos, Carlos Pinheiro, afirmou que a pretensão de uma parceria entre a Câmara e o Fundo de Garantia de Crédito é bastante interessante, por trazer segurança aos investidores estrangeiros dos Emirados, que procuram parcerias em Angola.
“Os empresários dos Emirados procuram parceiros com alguma robustez ao nível financeiro e de garantias, e, para tal, nada melhor do que ter o Fundo de Garantia que, de alguma forma, comprova a viabilidade financeira do próprio parceiro local”, disse.
Na mesma senda, referiu que, em função da procura específica de algumas frutícolas que os Emirados necessitam, como abacate, morango, pêssego, entre outros, a Câmara tem sido solicitada a encontrar soluções junto de pequenos produtores para que possam produzir e comercializar.
Carlos Pinheiro reconheceu que o Fundo de Garantia tenciona apoiar os pequenos produtores e, desta feita, é um parceiro perfeito, uma vez que os produtores locais vão poder ter garantias e escoar para os Emirados.
Quanto a possibilidade de o FGC contar com capitalização de fundos dos Emirados e de outros países do médio oriente, para fortalecer o empresariado nesta parceria entre os dois países, admitiu ser interessante a abordagem a nível de parceria com o Fundo dos Emirados.
“Estamos a falar de um investimento com um risco controlado, sem necessidade de desembolso imediato, desde que seja comprovado também a questão económica”, frisou, sublinhando que “se for preparada uma apresentação clara sobre aquilo que se procura, de certeza que a Câmara vai proporcionar as reuniões com os potenciais investidores dos Emirados.
A Câmara, criada em 2019, tem aproximadamente 42 parceiros, ligados aos sectores bancário, mineiro, seguro, imobiliário e grandes empresas dos Emirados. Por outro lado, a Câmara de Comércio e Indústria Angola/EAU deixou fortes garantias de apoiar o FGC a participar nos eventos e feiras, realizados naquela região asiática, bem com estabelecer contactos com empresários e instituições financeiras daquele país.
Sem avançar números, Carlos Pinheiro realçou que as trocas comerciais entre os dois países têm crescido muito e, de acordo com o último relatório da AIPEX, esta relação ocupa o terceiro lugar como país com mais investimentos em Angola.
A delegação do FGC foi integrada pelo assessor do Conselho de Administração, Miguel dos Santos, a diretora Comercial, Márcia José, o diretor do GCII, António Cambala, e a chefe de Departamento da Rede Comercial, Alin Faustino.